"Todos perseveraram na doutrina dos apóstolos e na comunhão, partir do pão e nas orações"
quinta-feira, 22 de maio de 2014
Diocese do Pará ( arquivo recuperado)
Sexta-Feira, 7 de setembro de 2012
Homilia de 04 de março de 2012
Reverendo Cônego Ricardo Vicente
dos Anjos
.
Somente a Divina Providência em seus caminhos
insondáveis pode
conhecer o porquê de uma Igreja Una, Santa
Católica e
indivisa em Cristo de Culto Tradicional que somente numa manhã, talvez num dia insignificante nos calendários Humanos , mais
importantes nos planos Divinos realizaremos este sonho . No dia 26 de junho de 1890, dentre tantos atos e decretos
assinados em nome do Papa Leão XIII, alguns se referiam ao Brasil e serão
importantes para compreendermos a história remota que levou à formação desta
Igreja. Sim, naquele dia o Papa Leão XIII, despachou diversos temas,
Aceitava a renuncia ao governo da Arquidiocese de São Salvador do Brasil, feita
aos 73 anos, por problemas de saude do seu
Arcebispo, Dom Luis Antonio dos Santos, que em consequência recebia o título de
Arcebispo Titular de Chalcis na Europa ; Nomeava o novo Arcebispo da
Arquidiocese de São Salvador do Brasil, Dom Antônio de Macedo Costa (com 59 anos de idade), até aquele
momento bispo do Pará ;Nomeava para a vacante Diocese do Pará, o cearense de
Sobral Dom Jerônimo Thomé da Silva, aos 41 anos de idade; Nomeava um Bispo para
auxiliar de Salvador, Dom Manoel dos Santos Pereira e lhe outorgava o título de
Bispo de Eucarpia, o qual seria sagrado oportunamente por Dom Antonio de Macedo
Costa. Naquela manhã seriam nomeados outros tantos bispos e arcebispos, uns
tantos apenas confirmados, pois eleitos pelo Imperador da Áustria ou pelo da
França. O certo é que naquele dia alguns fatos alterariam o curso da história.
Adianto-me e já antecipo que dos nomeados naquela manhã, um bispo que nunca
tomaria posse de sua Diocese (Goiás) e o outro viria a falecer antes de tomar
posse da arquidiocese. O escolhido para Belém do
Pará, como sina seria substituir Dom Antônio de Macedo Costa, primeiro em Belém
e logo em seguida em Salvador. Mas onde tais fatos podem nos interessar? Ocorre que três meses após o anuncio de tais nomeações aqui no Brasil,
em setembro de 1890, Dom Antonio, Dom Joaquim Arcoverde e Dom Jerônimo foram a
Roma, o primeiro para receber o Páleun entre 31 bispos e os dois outros para a sagração episcopal, que seria realizada em
26 de outubro daquele mesmo ano. Mas acompanhando aqueles bispos, viajava o
Padre Eduardo Duarte da Silva. O qual retornava a Roma, a cidade na qual
estudara de
1868 até 1874, quando das mãos
do Cardeal Constatino
Patrizi Naro, recebera a ordenação presbiteral. Eduardo Duarte da Silva nasceu
em Desterro (hoje Florianópolis), Estado de Santa Catarina, aos 27 de janeiro
de 1852, filho de Carlos Duarte Silva e de D. Maria Leopoldina Marques
Guimarães. Fez seus estudos primários e secundários no Colégio de Salvador, dos
Padres Jesuítas, na cidade de Desterro, e a educação religiosa no Seminário de
São José do Rio de Janeiro. Aos 16 anos, seguiu para Roma, fazendo seus estudos
filosóficos e teológicos no Colégio Pio Latino-Americano. Na Cidade Eterna,
obteve os graus de Doutor em Filosofia e Teologia pela Universidade Gregoriana.
Em sua terra natal, exerceu, durante 3 anos, os cargos de coadjutor da
paróquia, de capelão do ‘Hospital Menino Deus’, e de capelão do Asilo das
Órfãs. Falecendo seu pai, transferiu-se com a família para o Rio de Janeiro,
onde residiu durante 13 anos. Pelos seus magníficos serviços prestados à pátria
e à
religião, recebeu de Sua Majestade o
Imperador Dom Pedro
II, a
‘Comenda da Ordem de
Cristo’. É a este homem que a providência reserva um papel importante para nossa
História de hoje . E assim voltamos a Roma. Como
dizia em 26 de outubro de 1890, o
Cardeal Mariano Rampolla del Tíndaro sagrava os
novos Bispos de Belém,o Cearense de Sobral Dom Jerônimo Tomé da Silva e o de Goiás, Dom Joaquim Arcoverde. Um Cearense e um
pernambucano, os co-sagrantes foram Dom Antonio
Macedo Costa e Dom
Domenico Ferrata, então secretário da Congregação
de Negócios Eclesiásticos
Extraordinários do Brasil.Na manhã seguinte Dom
Joaquim Arcoverde , apresentava a renuncia a sua diocese, criando um grave
problema para a Cúria Romana. Sim, antes ele já renunciara a
bispo, aqui, apenas terminada a sagração ele
renunciava a Diocese de Goiás. Voltaria ao
Brasil e por um bom tempo ficaria em Itu, como
capelão de um Hospital, recolhido
e alquebrado pelo ônus do abandono do episcopado. A
história seguiria seu curso...
Mas antes
havia um problema para ser solucionado: Quem iria a
Goiás? Em 16 de janeiro de
1891, o Pe. Eduardo Silva com apenas 38 anos de idade e 16 de sacerdócio, foi
intimado pelo Papa Leão XIII, a aceitar o bispado
vago de Goiás. E já no dia 2 de
fevereiro de 1891, ele é sagrado juntamente com o
novo Bispo de Montevidéu,
Dom Mariano Soler, pelo Cardeal Lúcido Maria Parocchi, ambos teriam como cosagrantes: o Bispo resignatário de Goiás, Dom Joaquim Arcoverde e o Arcebispo da
Guatemala Dom Ricardo Casanova y Estrada. Dom
Eduardo Silva seria
o primeiro catarinense sagrado Bispo na História. Voltando ao Brasil, a
história nos conta que Dom Antonio falece logo em seguida (20/03/1891). Dom
Jeronimo toma posse em Belém do Pará e 3 anos depois é
nomeado para Salvador, vacante desde a morte de Dom
Antonio. Dom João
Fernando Santiago Esberard (Esberrard), coadjutor de Olinda assume a Diocese
quando o titular é nomeado para o Rio de Janeiro, e
logo em seguida é designado
para substituí-lo em face de seu falecimento.
Será Dom
Esberard já como
Arcebispo do Rio, que irá crismar o pequeno Carlos
Duarte Costa.Dom Arcorverde, irá ser designado depois Coadjutor de São Paulo,
Assumirá como Diocesano e depois será o sucessor de Dom Esberard como Arcebispo
no Rio de Janeiro. Monarquista e devido à amizade com Dom Pedro II, Dom Eduardo
sofreu em Goiás, tendo o Comandante militar local ocupado e desapropriado o
seminário diocesano. Dom Eduardo, homem resoluto, não se fez de rogado: sabendo
que podia residir em qualquer cidade da diocese, em 1896 iniciou uma viagem de
34
dias, com uma tropa de 60 burros, acompanhado de 20
seminaristas, dos livros da
Diocese e da cozinheira viúva que tinha um bebê
que, educado com os
seminaristas, morreria em Uberlândia , como
Monsenhor Eduardo. Chegou
triunfalmente em Uberaba em 10 de agosto de 1896. A
diocese Goiás se estendia até a Diocese de Mariana, com 94 paróquias, 54 sem
padre. Para esta
cidade, trouxe D. Eduardo Silva o Seminário Episcopal de Santa Cruz,
instalando-o no prédio onde funcionou o Colégio Uberabense (hoje, o Colégio
Diocesano). Introduziu, também, na Diocese, os Padres Franciscanos, Eremitas de
Santo Agostinho e os Agostinianos Recoletos.
Em Uberaba, com o auxílio do Cel. Vicente Francisco
de Macedo e dos
Padres Francisco Vaz da Cunha, Augusto da Rocha
Maia e Cônego Aurélio Elias de
Sousa, construiu o Palácio Episcopal (na atual
Praça D. Eduardo), que se
inaugurou em junho de 1902. Em 1903, prestou mais
extraordinário serviço a Uberaba, conseguindo que os Revmos. Irmãos Maristas
viessem para esta cidade. Entregou-lhes a direção do Colégio Diocesano do
Sagrado Coração. Depois, edificou a Capela do Sagrado Coração de Jesus (hoje,
Igreja da Adoração Perpétua), inaugurada no dia 27 de janeiro de 1907.
Remodelou a Igreja Matriz e a Igreja de Nossa Senhora da Abadia,
entregando esta aos cuidados dos Revmos. Padres
Agostinianos Recoletos.
Fundou as Confrarias de ‘São Vicente de Paulo’,
‘Apostolado da Oração’,
‘Associação das Damas de Caridade’, a ‘Associação
Católica de Uberaba’.
Ordenou numerosos sacerdotes e, em toda a diocese,
fundou diversos
colégios para meninos e para meninas. A Diocese de
Uberaba foi finalmente criada por Decreto Pontifício de 29 de setembro de 1907.
D. Eduardo foi transferido da Diocese de Goiás para a de Uberaba pelo Breve
Apostólico ‘Apostolatus Officium’, de 8 de novembro de 1907, e tomou posse, em
sua nova diocese, no dia 24 de maio de 1908.
Aos 16 de julho de 1921, criou a Paróquia de Nossa
Senhora da Abadia.
Depois de muitos anos de lutas, de trabalhos e de
sofrimentos, renunciou
ao cargo de Bispo de Uberaba, no dia 7 de março de
1923, já com 71 anos.
Retirou-se para o Rio de Janeiro, com o título de
Arcebispo de Icônio,
falecendo naquela capital no dia 16 de outubro de
1924. Apenas como curiosidade
histórica, para sucedê-lo seria nomeado Dom José Tupinambá da Frota, então
Bispo de Sobral - CE, sobrinho de seu amigo, Dom
Jerônimo, mas tão logo falece
Dom Jerônimo (15/02/1924), Dom José renuncia a
Uberaba e permanece como
bispo em Sobral (10/03/1924).E assim, temos que
citar outra curiosidade histórica, o sucessor de Dom Eduardo Silva eleito em 4 de julho de 1924, seria Dom Antonio de Almeida
Lustosa, que em 10 de julho de 1931 seria eleito arcebispo de Belem pelo Papa
Pio XI,
mas naquele mesmo dia,04 de julho de 1924 ,o Papa
Pio XI, elegeria o sobrinho de Dom Eduardo, o Pe. Carlos Duarte Costa, como
Bispo de Botucatu...E é aqui que de fato começa a
nossa história. CARLOS DUARTE COSTA nasceu a 21 de
Julho de 1888 na Freguesia de
Santo Antônio, no Rio de Janeiro, na Rua Silva
Manuel, N.º 48 (atual Rua André
Cavalcanti), na residência de seu tio, o então
Cônego Eduardo Duarte da Silva.
Filho de João da Matta Francisco Costa e Dona Maria
Carlota Duarte da Silva
Costa. Recebe os dois primeiros nomes Carlos
Duarte, de seu avô materno, o pai
de Dona Maria Carlota.Foi batizado no dia 03 de
setembro de 1888, pelo Padre Francisco Goulard.Fez sua primeira comunhão no dia
24 de julho de 1897.Concluiu seus estudos primários no Colégio Santa Rosa, em
Niterói, Rio de Janeiro.Criança, com apenas nove anos, inusitadamente seu tio o
leva a Roma para estudar no Colégio Internato Pio-Latino Americano. Moço,
doente, voltou ao Brasil, concluindo o curso de Teologia em Uberaba.
Foi ordenado presbítero no dia 1º de abril de 1911,
pelas mãos de seu tio
Dom Eduardo Duarte Silva. Na mesma igreja catedral
de Uberaba, celebrou sua
primeira missa festiva no dia 04 de maio de 1911.
Em 1911 e 1912, trabalhou
com seu tio Dom Eduardo em Uberaba como secretário, e, a 04 de março de 1912,
mudou-se para o Rio de Janeiro para ser o pároco coadjutor da paróquia de Santa
Rita, onde permaneceu até 03 de setembro de 1913, quando foi transferido para a
Paróquia da Glória.
Em 05 de fevereiro de 1914 foi nomeado pároco
coadjutor do Cura da
Catedral do Rio de Janeiro , e logo após, pároco da
Igreja da Luz, onde permaneceu até 1916,
quando foi nomeado Secretário de Dom Sebastião Leme, exercendo essa função
até 24 de maio de 1923, quando foi nomeado Vigário Geral
da Arquidiocese do Rio
de Janeiro. Em 1920, já é cônego do Cabido
Metropolitano do Rio de Janeiro.
Devido à morte de seu primeiro bispo, Dom Lúcio em
1923, Botucatu permanecia
vacante.No dia 4 de julho de 1924, o Papa Pio XI,
tomava várias decisões referentes
ao Brasil, nomeava o sucessor de Dom Eduardo para
Uberaba, na pessoa de Dom
Antônio de Almeida Lustosa, Salesiano de Dom Bosco;
e o Primeiro bispo de Sorocaba,
Dom José Carlos
de Aguirre , e o também
Primeiro bispo de Juiz de
Fora, Dom Justino José
de Sant’Ana, assim como o Bispo Coadjutor de
Campanha, Dom Inocêncio
Engelke, O.F.M, mas sobre Botucatu, ele tomava duas
decisões, primeiro dividia
aquela vasta diocese, criando a de Sorocaba, e em
seguida elegia o segundo Bispo
diocesano de Botucatu, o qual com apenas 36 anos de idade era o mais jovem
daquelas nomeações. Assim é que na velha Catedral
Metropolitana em 8 de dezembro daquele mesmo ano, Dom Carlos viria a ser sagrado
pelo Arcebispo Dom Sebastião Leme,
e co-sagrantes Dom Alberto José Gonçalves, Bispo de
Ribeirão Preto e Dom
Benedito de Paula, Bispo Diocesano do Espírito
Santo.
O segundo bispo de Botucatu, Dom Carlos Duarte
Costa, tomou posse a 2
de fevereiro de 1925 de sua diocese. Seu lema
episcopal era: “Dominus Illuminatio
Mea”, que quer dizer “O Senhor é minha Luz”. Já em
21 de junho de 1926, a Diocese de Botucatu era de novo dividida para a criação
da Diocese de Cafelândia (hoje Lins).
Em 30 de novembro de 1928 de novo aquela diocese
dava origem a uma
nova, agora em Assis.Com a experiência
administrativa adquirida na Arquidiocese do Rio de
Janeiro, fundou o jornal “O Apóstolo” para que os
fiéis fossem evangelizados e
assim pudessem acompanhar a vida religiosa da
Diocese. Também construiu o Orfanato para Meninas “Amando de Barros”,
satisfazendo dessa forma, a vontade de um finado Coronel.
Mas a grande aspiração de Dom Carlos era construir
uma majestosa
Catedral, uma vez que a antiga (de 1888) não tinha
mais condições, e a 08 de
dezembro de 1927, dois anos após sua chegada a
Botucatu, lançou a pedra
fundamental da Catedral de Sant’Ana. Fundou a
Congregação das “Missionárias de
Santa Terezinha do Menino Jesus” em 07 de junho de
1928 na cidade de Botucatu.
Com a vinda do curso ginasial e da Escola Superior
de Comércio para o
prédio Seminário em 1934, Dom Carlos decidiu
construir um Novo Palácio
Episcopal para que o Seminário mudasse para o
Prédio do Palácio Episcopal.
Concretizado o plano, a 02 de fevereiro de 1932
lançou a pedra fundamental do
novo Palácio, e já em 1934, Dom Carlos estava
residindo no novo Palácio.
Na década de 30 foi um dos grandes articuladores da
Liga Católica Eleitoral,
onde defendia o voto católico a políticos também
católicos. Pretendia dessa forma
preservar o princípio Cristão nas Leis e Atos
Políticos, como por exemplo, a criação
de uma norma legal para o divorcio, que é um ato
negado aos pobres pela Igreja
católica, mas amplamente amparado pela Bíblia. Em
1932, por ocasião da Revolução Constitucionalista, Dom Carlos formou um
“Batalhão dos Caçadores Diocesano”, mais conhecido como o “Batalhão do Bispo”,
para lutar ao lado das
Tropas Constitucionalistas. Tal ato causou grande repercussão nacional; Houve
quem o apoiasse, pois sendo Dom Carlos carioca, levantou a bandeira paulista e
fez mais que muitos compatriotas; mas houve
também quem desaprovasse, por sórdida inveja ao seu
desempenho popular, uma
vez que, agindo como verdadeiro Moisés, buscava por
todas as formas e meios a
libertação para o povo brasileiro. Em 18 de abril
de 1930, falece o cardeal Arcoverde, amigo e benfeitor de Dom Carlos. A partir
daqui ele começa a sofrer por conta da inveja e da
perseguição de seus colegas de episcopado. Tal
inveja e perseguição de outros membros do clero não atrapalharam os planos do
Bispo, e a meados de setembro de 1932, as tropas rumaram de trem a São Paulo e
se engajaram junto às tropas
paulista na luta Constitucionalista em favor dos desamparados operários. Em
razão da construção da nova Catedral, do Orfanato e do Colégio, além de outros
empreendimentos, Dom Carlos inicia a venda de vários bens da Diocese para poder
sanar as dívidas, contraídas com a finalidade de amparar, ajudar e socorrer os
pobres e famintos da época. Os benefícios de sua brilhante
administração ainda estão erguidos na cidade
paulista de Botucatu, como prova de
sua capacidade. Em 15 de agosto de 1934, em
Aparecida da Água da Rosa de São Manuel
ordenou sacerdote ao Pe. José Melhado Campos,
futuro Bispo de Sorocaba e único
sacerdote do clero de Botucatu até hoje a chegar ao
episcopado.
Esse espírito bondoso e caridoso do Santo Bispo
desagradou muitíssimo a
corte romana e o Papa Pio XI resolveu afastar Dom
Carlos do governo da Diocese
de Botucatu, obrigando-o a apresentar sua renúncia.
A renúncia de Dom Carlos ocorreu no dia 22 de setembro de 1937. Mesmo dia em
que Dom Carlos foi
nomeado Bispo Titular de Maura, E sua
saída da diocese deu-se em 15 de outubro de1937. Dom Carlos mudou-se para o Rio
de Janeiro, onde continuou sua luta
contra o regime
de Getúlio Vargas e da aliança do Vaticano com os regimes totalitários. Em
1940, ainda que simples bispo titular, tinha prestigio suficiente para ser
co-sagrante de Dom Eliseu Maria Corolli. Sagração essa presidida pelo núncio
Apostólico Dom Aloísio Masella e tendo como segundo co-sagrante o bispo
auxiliar de Campinas Dom Joaquim Mamede da Silva Leite.
Afastado de sua diocese, Dom Carlos encontra no Rio
seu pai espiritual, o
Cardeal Leme, o qual o protege e lhe concede todas
as faculdades necessárias
para seguir sua missão episcopal. Mas em 17 de
outubro de 1942 falece o Cardeal Leme e seu sucessor, que tomará posse em
15/09/1943, o futuro Cardeal Jaime de Barros Câmara, será um algoz implacável
contra Dom Carlos Duarte Costa. Já em 1944 foi preso e pressões internacionais
encabeçadas pelo presidente norte-americano Franklin Delano Roosevelt e pelo
primeiro-ministro britânico Winston Churchill fizeram
com que o governo federal libertasse-o.
Em 1944, Dom Carlos prefacia o livro “O Poder
Soviético”, de autoria de
Hewlett Johnson, Deão de
Canterbury. Tal ato
repercutiu positivamente em todo o
país: Como um Bispo Católico poderia defender um
Anglicano?
O Reverendo Hewlett
Johnson era um clérigo anglicano (1874-1966),
Decano de Manchester
e mais tarde Decano de
Canterbury, onde adquiriu o
apelido de “O decano vermelho de Canterbury” por
haver sustentado uma posição
favorável ao regime soviético.No dia 06 de junho de
1944, Dom Carlos é preso em sua residência acusado de comunista, permanecendo
preso até 06 de setembro de 1944, quando
foi solto a pedido da Associação Brasileira de
Imprensa e das Nações Unidas, que
interveio junto ao Governo Brasileiro por
intermédio de suas embaixadas. Em 10 de julho de 1944, Dom Carlos foi proibido
de pregar o Evangelho de Cristo e confessar os fiéis, decisão essa proferida
pela Câmara Eclesiástica em retaliação aos pronunciamentos proferidos pelo
Bispo de Maura.Várias foram as advertências feitas a Dom Carlos pela
administração
Apostólica Romana. Mas quanto mais era advertido,
mais defendia a fé Cristã, os
operários, e a pátria contra os fascistas e
nazistas existentes na Igreja
e sua
hierarquia. Em 1945 Dom Carlos denunciou a Operação
Odessa, que afirmou ter
sido organizada pelo Vaticano para permitir a fuga
de oficiais nazistas para os países do cone sul .Esgotadas as possibilidades de
submissão com Dom Carlos, o mesmo foi
excomungado. Ao
saber da excomunhão pelos jornais, Dom Carlos funda a Igreja
Católica Apostólica Brasileira a 06 de julho de
1945. Apenas 12 dias depois ordena
sacerdote ao Revdo Salomão Ferraz, o qual vinha
após ser pastor presbiteriano,
desejava tornar-se católico e assim em 15de agosto
1945 é sagrado Bispo de São Paulo.
Três dias depois (18 de agosto 1945) em seu
maravilhoso “Manifesto à Nação”,
Dom Carlos critica a Igreja Católica Romana e
coloca os princípios evangélicos no
centro da Igreja Católica Apostólica Brasileira. Em
02 de fevereiro 1946 sagra Dom Jorge Alves de Sousa Apesar de Dom Carlos já ter
sido afastado como Bispo membro da Igreja
Católica não mais exercendo qualquer cargo ou
função nela, a 24 de julho de
1946, Dom Carlos foi novamente “excomugado
vitandus”, isto é, um excomungado
a ser
evitado por qualquer católico romano , mas nunca recebeu a tal citada Bula
pontifícia. Notícia boa pois desejava ardentemente ser esquecido e também
esquecer que um dia havia
pertencido à esta igreja
que mais contribuiu para exploração dos negros e dos
operários brasileiros e assassinatos dos índios,
pois quem não aceitasse o batismo seria morto.
Dom Antídio José Vargas, que era sacerdote romano
da Diocese de Lages SC, vem unir-se a
Dom Carlos e é o responsável pela construção do
primeiro templo edificado para a ICAB. Em 08 de dezembro de 1948 .Na
Venezuela, um jovem
padre, Luis
Fernando Castillo Mendez, suspenso de ordens, junto com outro colega, Padre Verde tomam conhecimento do
movimento no Brasil e assim em 18 de outubro de
1947, nasce a Igreja Venezuelana. Mas
somente em 03de maio de 1948, em Balboa, na Zona do
Canal do Panamá é que Dom Luis Fernando pode ser sagrado. Em 21 de junho de
1950, ele é expulso de seu país e vem
residir no Brasil. Em 18 de julho de 1960 Dom Luis
Fernando é nomeado para Bispo da nova
Capital Federal , Brasilia. Dom Diamantino Augusto
Pereira da Costa era um leigo, casado e comfilhos. Foi ordenado sacerdote e
em 15 de
agosto 1954 foi sagrado como 1º. Bispo de
Recife. Em 29 de Junho de 1955, o sacerdote
boliviano Pedro Luiz Hernandez é
sagrado Bispo. Seguem-se outras sagrações: Dom
Pedro Santos Silva em 04 de novembro1956 e Dom Orlando Arce Moía, em 30 de
novembro 56 (Chile) Dom
Carlos faleceu no Rio de Janeiro a 26 de março de 1961, 16 anos após a fundação
da Igreja Católica Apostólica Brasileira-ICAB ,o mesmo ideal que nasceu na
regência Trina do Padre Diogo Feijó, banhada com martírio de Frei Caneca,
apregoada pelo sábio Rui Barbosa e exterminada criminosamente com o assassinato
do Cônego Manoel Amorim de Itapira - SP. E é
nomeado para Belém do Pará, pela icab o
Bispo Dom José Barbosa dos Anjos sagrado em 31 de julho de 1960 e faleceu como
Bispo de Belém do Pará em 06 de Fevereiro de 1991 ,mas no ano de 1980 é Sagrado
Bispo pelo Patriarca da Igreja Brasileira Dom Fernando Castillo Mendez, o Presbitero Santareno , Eduardo Mota. E é erigida no 7º. Concilio
Nacional. 09 de Janeiro de 1980. a
Diocese de Cametá, o então Bispo Dom Eduardo Mota , Conhecido como Padre
Barbudinho, assume a missão com o Lema “ por amor aos pobres”.em Latim “Propter
Pauperes “. Em 31 anos de luta pela evangelização na região tocantina ele se
prepara na sua realidade de caboclo mocorongo agora cabolclo cametaense,
disposto como ele diz a meter o pé na lama e escorregar de cima do miritizeiro,
pra quem anda pelas ilhas sabe que estou falando, apoiado pelo abrigo de
assistência São Francisco de Assis, devoção de seu coração , apoia os excluídos
e se guia pelo amor aos menos favorecidos em sua caminhada religiosa , e em
suas brigas e discussões com tudo e com todos recai agora sobre nós a missão de
defender o legado que ele nos deixou , vamos lembrar dele como um pai e pastor
que de sua maneira sábia no seu caboclíssimo,
a necessidade da fé de um povo , neste Estado que se chama Pará ,onde o então
reverendo Cônego Ricardo Vicente dos Anjos , recebe de Dom Eduardo Mota ,devido
ao seu estado de saúde, abalado ,
o indica como seu Bispo Sucessor e encaminha carta ao Colégio dos Bispos da
Provincia Anglicana Tradicional do Brasil ,onde em Agosto de 2011 foi eleito
Bispo da Diocese do Pará, com a data da Sagração marcada para Dezembro de 2012, Mas em 01 de Janeiro de 2012 veio então a Falecer o
Bispo Dom Eduardo Mota, que se recuperava de um AVC e com este acontecimento o
Arcebispo Provincial Dom Rui Costa Barbosa nomeia o Rev Conêgo Ricardo Vicente
Dos Anjos como Admistrador Apostolico, e devido a necessidade de um Bispo
Diocesano a data da Sagração será abreviada para 15 de julho de 2012 , para ser
Pastor da Porção do Rebanho de Fiéis da Igreja Anglicana Tradicional do Brasil
no Estado do Pará .
Que Deus nos Abençoe e Nos Guarde. Amém.
Por Deus Luz e Verdade.
Ananindeua - Pará 04 de março de 2012
Reverendo Cônego Ricardo Vicente dos Anjos
Fontes : revistas , jornais e informativos da ICAB
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