MARIA SOB
O TÍTULO DE IMACULADA CONCEIÇÃO
Já no
princípio, quando nossos primeiros pais romperam com Deus pela soberba e
desobediência, lançando toda a humanidade nas trevas, Deus misericordiosamente
prometeu a salvação por meio de uma “Mulher”.
“Porei
ódio entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a dela. Esta te ferirá a
cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar” (Gn 3, 15).
Se foi
por meio de uma mulher (Eva) que a serpente infernal conseguiu fazer penetrar
seu veneno mortal na humanidade, também seria por meio de outra mulher (Maria,
a nova Eva) que Deus traria o remédio da salvação.
“Na
plenitude dos tempos”, diz o Apóstolo, “Deus enviou Seu Filho ao mundo nascido
de uma mulher” (Gl 4,4). No ponto central da história da salvação se dá um
acontecimento ímpar em que entra em cena a figura de uma Mulher. O mesmo
Apóstolo nos lembra: “Não foi Adão o seduzido, mas a mulher” (1Tm 2,14);
portanto, devia ser também por meio da mulher que a salvação chegasse à terra.
Para isso
foi preciso que Deus preparasse uma nova Mulher, uma nova Virgem, uma nova Eva,
que fosse isenta do pecado original, que pudesse trazer em seu seio virginal o
autor da salvação; que pudesse “enganar” a serpente maligna, da mesma forma que
esta enganara Eva.
O pecado
original, por ser dos primeiros pais, passa por herança, por hereditariedade, a
todos os filhos, e os faz escravos do pecado, do demônio e da morte.
Esta
verdade, reconhecida pela Igreja de Cristo, é muito antiga. Muitos padres e
doutores da Igreja oriental, ao exaltarem a grandeza de Maria, Mãe de Deus,
usavam expressões como: cheia de graça, lírio da inocência, mais pura que os
anjos.
A Igreja
ocidental, que sempre muito amou a Santíssima Virgem, tinha uma certa
dificuldade para a aceitação do mistério da Imaculada Conceição. Em 1304, o
Papa Bento XI reuniu na Universidade de Paris uma assembleia dos doutores mais
eminentes em Teologia, para terminar as questões de escola sobre a Imaculada
Conceição da Virgem. Foi o franciscano João Duns Escoto quem solucionou a
dificuldade ao mostrar que era sumamente conveniente que Deus preservasse Maria
do pecado original, pois a Santíssima Virgem era destinada a ser mãe do seu
Filho. Isso é possível para a Onipotência de Deus, portanto, o Senhor, de fato,
a preservou, antecipando-lhe os frutos da redenção de Cristo.
Rapidamente
a doutrina da Imaculada Conceição de Maria, no seio de sua mãe Sant’Ana, foi
introduzido no calendário romano. A própria Virgem Maria apareceu em 1830 a
Santa Catarina Labouré pedindo que se cunhasse uma medalha com a oração: “Ó
Maria concebida sem pecado,
rogai por nós que recorremos a vós”.
No dia 8
de dezembro de 1854, através da bula Ineffabilis Deus do Papa Pio IX, a
Igreja oficialmente reconheceu e declarou solenemente como dogma: “Maria isenta do pecado original”.
A própria
Virgem Maria, na sua aparição em Lourdes, em 1858, confirmou a definição
dogmática e a fé do povo dizendo para Santa Bernadette e para todos nós: “Eu
Sou a Imaculada Conceição”.
Nossa
Senhora da Imaculada Conceição, rogai por nós!
Oração a Imaculada
Conceição de Maria
“Virgem Santíssima, que fostes
concebida sem o pecado original e por isto merecestes o título de Nossa Senhora
da Imaculada Conceição e por terdes evitado todos os outros pecados, o Anjo
Gabriel vos saudou com as belas palavras: Ave Maria, cheia de graça; nós vos
pedimos que nos alcanceis do vosso divino Filho o auxílio necessário para
vencermos as tentações e evitarmos os pecados e, já que vós chamamos de Mãe,
atendei-nos com carinho maternal e ajudai-nos a viver como dignos filhos
vossos. Nossa Senhora da Imaculada Conceição, rogai por nós. Amém”.